terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A Revolução das Ervas Finas

Segunda-feira, quarto dia útil do mês, 50 reais na conta e cólicas infernais.
Normal.
Ida ao supermercado na volta do trabalho.
Normal.
Absorventes, sabonete, molho para Yakissoba, um potinho de ervas finas... Caixa de 10 volumes. 15 pessoas espremidas entre geladeiras de sorvetes e toda família Elma Chips.
Normal.
Desligo a música(depois de tocar Rihana, toca Vivaldi. Normalíssimo!), converso pelo whatsapp sobre viajar no feriado. Acampar ou não acampar?
Indecisões normais.
Confiro a cestinha, penso em levar o azeite (mas tá 9 reais e só tem mais 10 pessoas na frente...), azeite, ervas finas, molho?
EPA!

O QUE É ISSO? QUE MATURIDADE É ESSA?

Lembro imediatamente dos comentários de tia que fiz nas fotos de amigos que se arriscaram na cozinha e postaram seus pratos-filhos tão orgulhosos. "Ah, está lindo e deve estar delicioso!", " Parabéns! É tão bom se aventurar na cozinha, né? ".

Minha nossa, cresci culinariarmente! E agora? Não pode ser! Ontem eu soltei a indagação: "Mãe, como se faz molho de tomate com tomate de verdade?". Podia ser uma pergunta infantil, fofa, dessas que dá vontade de dizer "oooww, coisamarfofa!". Mas NÃO! Foi super sério!

Olhei pro lado e vi um baconzitos.
Senti um alívio jovial ao presenciar: bipi-ervas finas-bipi-baconzitos.

sábado, 3 de outubro de 2015

Um dia maduro. Um dia louco.

Mais um sábado passou. E o que aconteceu de diferente? Praticamente nada. Mas internamente tudo.

Hora de entender.

Amanheci o dia esperando um técnico em informática vir consertar meu computador que decidiu fazer greve e não ligar mais. O coitado do PC é velho, mas ainda dá pro gasto. E gasto, por outro lado, é o que eu não quero ter. Logo, após várias pesquisas, vi que seria mais barato consertar mesmo ao invés de comprar outro.

Mas... O técnico não veio. Seria um sinal? Será que o velhinho tá querendo se aposentar e dar espaço pra um mais jovem?

De volta aos sites de informática.

E, não sei se você sabe, mas os computadores estão bem caros. Digo, os com boas configurações(lógico que eu não entendo nada de placa de vídeo, mas me mandaram procurar um com placa DEDICADA, então eu procurei, afinal, ela é DEDICADA, deve prestar:) .

Pesquisa, pesquisa, pesquisa... Nossa, 2600, 3000, 11000 reais! Santa mãe dos Macs!

Desisti e fui ver Friends.

3 episódios depois, eu lembro que há exatamente um ano fiz um pequeno pacto comigo mesma: iria deixar de consumir coisas e viver mais experiências. Tem dado certo, nem compro mais tanta roupa.

Mas, e quanto consertar algo ou comprar algo DEDICADAmente mais caro? O que eu deveria fazer?

Então, tive uma ideia. Pesquisei passagens para o Canadá e voilá! Ida e volta saem mais baratas do que um computador. Passar 20 dias num hostel mega ultra badalado de Toronto custam beem mais baratos do que um computador. Se eu esticar o pau da baladeira, 30 dias no Canadá saem mais baratos do que o mais potentes MacBook Pro.

Com isso, eu pensei no que me deixaria mais feliz. Viajar, conhecer pessoas, desbravar lugares, definitivamente aprender inglês na marra ou uma máquina que vai me fazer ficar sentada vendo as mesmas coisas que um PC velho-porém-consertado?

Eu preciso de uma placa DEDICADA? Sim, talvez eu precise. Contudo, o que eu preciso mesmo é me dedicar aos pactos que faço comigo. Porque, no fundo, quem precisa ser consertada sou eu.

domingo, 26 de julho de 2015

Um achado

Interessante abrir o facebook e ver um post patrocinado da página do Mia Couto em que explica o simbolismo da Flor de Lótus.

Uma flor aquática bonita que fixa suas raízes no lodo e fecha e abre na superfície.
Simbolicamente, ela vence a escuridão para nascer toda linda. Significa o renascimento espiritual para uma vida baseada na pureza.

Mas por que isso me tocou ao ponto de querer escrever sobre isso?

Ultimamente não tem sido fácil expressar as coisas que me tocam, me abalam, me fazem refletir. Parece que há uma parede no caminho entre a mente e a boca, com um pequeno furo que filtra o que passa e o que não passa.
E a maioria das coisas não atravessa a parede. O furo é minúsculo para tantas coisas pensadas.

Será que renascer espiritualmente é pegar um martelo e aumentar esse furo? Ou isso seria  coisas para uma terapia? Talvez sim. Mas, de qualquer forma, eu faço uma auto-análise ao escrever essas besteiras.

E escrever sempre foi uma válvula de escape. Parece que tudo aquilo que não sai da boca, sai nos dedos. Porque eu me julgo, procuro palavras quando falo, mas quando escrevo tudo sai de uma forma mais sincera. Abri o bloco de notas várias vezes esses dias, não me preocupei com pontos, acentos, parágrafos e concordância, apenas digitei.

E que eu fiz? Apaguei, lógico. Tem coisas que é melhor ficar do outro lado da parede. Porém, tem outras que gritam "Pega o martelo, pega o martelo!".

Que texto chato. O chá esfriou e eu não expliquei o que eu queria com a flor de lótus.
Vou tentar de novo.